“Voyager avec… Le Corbusier” é o título da mais recente antologia publicada pela marca Louis Vuitton e pela editora La Quinzaine Littéraire. O livro propõe uma cativante viagem pelo universo arquitectónico de umas das maiores figuras da arquitectura moderna, Le Corbusier, e revela, simultaneamente, esquissos de viagem e estudos não publicados que inspiraram as suas construções.
Philippe Duboÿ reuniu uma selecção cronológica de histórias e impressões de viagem — muitas vezes pontuadas por desenhos, um leitmotiv da obra teórica de Le Corbusier — que foram publicadas em diversos jornais e revistas entre 1911 e 1947 e nunca tinham sido reeditadas individualmente. O leitor poderá seguir Le Corbusier nas suas viagens juvenis por Itália, Grécia e Oriente e, posteriormente, nas viagens pela Europa e jornadas intercontinentais à América do Sul e Nova Iorque.
Correndo o mundo em busca de identidade e cultura arquitectónicas, Le Corbusier familiarizou-se com as formas indígenas de construção e de estilo de vida e mergulhou na “verdade adquirida através do contacto frutífero com as casas simples dos homens”. Admirador do classicismo antigo, não se poupou a esforços para manifestar no seu trabalho arquitectónico “a nobreza romana dos trabalhos utilitários” tais como barragens, fábricas ou pontes e teve o sonho de realizar no Rio de Janeiro o ideal grego de uma arquitectura que envolve todo o local, uma das suas preocupações constantes. Mas ao mesmo tempo que reconhecia a “maravilhosa segurança espiritual” garantida aos Ocidentais pela sua tradição, não deixava de sentir curiosidade em relação a tudo o mais, estando sempre pronto a “tirar os chinelos e ir à aventura” com a mente aberta. “Nunca julgo nem julgarei”, “prefiro receber, sempre”, escreveu. No contacto com outras civilizações, “o meu lado ocidental desmorona-se”, disse, “liberta-se da sua incómoda estreiteza, das suas partículas de pele morta. Aquilo que é realmente importante surge mais definido, como que decantado: humanidade, natureza, destino”.
A interacção entre os textos e os esquissos é fascinante. É como se a caneta, instrumento da “alma que sente”, comece por contar “com palavras sinceras que encontrou a Beleza” — daí o estilo lírico apaixonado, rico em devaneios poéticos de fórmulas imaginárias e chocantes. Depois da caneta, vem o lápis, instrumento do “espírito que avalia”, que filtra e define as linhas mais fortes/gerais. Le Corbusier enunciou e revelou, em cada página, o raciocínio do poeta-arquitecto de viagens que era: “Quando viajamos como praticantes de coisas visuais: arquitectura, pintura ou escultura, observamos com os nossos olhos e desenhamos de forma a interiorizarmos — para o domínio da nossa própria história — as coisas que vimos. Assim que se tenham entranhado em nós por intermédio do trabalho do lápis, ficam guardadas para sempre”.
Mais uma obra imprescindível para os amantes da arquitectura moderna.
Philippe Duboÿ reuniu uma selecção cronológica de histórias e impressões de viagem — muitas vezes pontuadas por desenhos, um leitmotiv da obra teórica de Le Corbusier — que foram publicadas em diversos jornais e revistas entre 1911 e 1947 e nunca tinham sido reeditadas individualmente. O leitor poderá seguir Le Corbusier nas suas viagens juvenis por Itália, Grécia e Oriente e, posteriormente, nas viagens pela Europa e jornadas intercontinentais à América do Sul e Nova Iorque.
Correndo o mundo em busca de identidade e cultura arquitectónicas, Le Corbusier familiarizou-se com as formas indígenas de construção e de estilo de vida e mergulhou na “verdade adquirida através do contacto frutífero com as casas simples dos homens”. Admirador do classicismo antigo, não se poupou a esforços para manifestar no seu trabalho arquitectónico “a nobreza romana dos trabalhos utilitários” tais como barragens, fábricas ou pontes e teve o sonho de realizar no Rio de Janeiro o ideal grego de uma arquitectura que envolve todo o local, uma das suas preocupações constantes. Mas ao mesmo tempo que reconhecia a “maravilhosa segurança espiritual” garantida aos Ocidentais pela sua tradição, não deixava de sentir curiosidade em relação a tudo o mais, estando sempre pronto a “tirar os chinelos e ir à aventura” com a mente aberta. “Nunca julgo nem julgarei”, “prefiro receber, sempre”, escreveu. No contacto com outras civilizações, “o meu lado ocidental desmorona-se”, disse, “liberta-se da sua incómoda estreiteza, das suas partículas de pele morta. Aquilo que é realmente importante surge mais definido, como que decantado: humanidade, natureza, destino”.
A interacção entre os textos e os esquissos é fascinante. É como se a caneta, instrumento da “alma que sente”, comece por contar “com palavras sinceras que encontrou a Beleza” — daí o estilo lírico apaixonado, rico em devaneios poéticos de fórmulas imaginárias e chocantes. Depois da caneta, vem o lápis, instrumento do “espírito que avalia”, que filtra e define as linhas mais fortes/gerais. Le Corbusier enunciou e revelou, em cada página, o raciocínio do poeta-arquitecto de viagens que era: “Quando viajamos como praticantes de coisas visuais: arquitectura, pintura ou escultura, observamos com os nossos olhos e desenhamos de forma a interiorizarmos — para o domínio da nossa própria história — as coisas que vimos. Assim que se tenham entranhado em nós por intermédio do trabalho do lápis, ficam guardadas para sempre”.
Mais uma obra imprescindível para os amantes da arquitectura moderna.
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