Yves Saint Laurent marcou a história da Moda com criações emblemáticas e foi um ícone para milhões de pessoas, mas poucas conheceram o homem misterioso que estava por detrás do genial criador. Agora, o realizador Pierre Thoretton desvenda a relação entre o grande mestre da Alta Costura francesa do século XX e o seu sócio, braço direito e companheiro, Pierre Bergé, no novo documentário “L’Amour Fou”.
Enquadrado em torno do leilão da valiosa colecção de arte reunida por Yves Saint Laurent e Pierre Bergé durante várias décadas, “L’Amour Fou” proporciona um olhar inédito sobre a vida de uma personalidade mítica. Através de fotografias e materiais de arquivo, o realizador consegue um documentário com mais de 40 minutos de entrevistas a Pierre Bergé e aos amigos mais próximos de Yves Saint Laurent.
Um dos cenários do filme é o apartamento da Rue de Babylone. Pierre Thoretton explica como Pierre Bergé viveu o duro momento da venda das obras de arte que guardava nesse espaço, assim como outras situações vividas com Yves Saint Laurent.
Vencedor do prémio da crítica internacional no Toronto International Film Festival e integrante da selecção oficial do festivais TriBeCa e San Francisco Film Festival, "L'Amour Fou" é um filme perfeito para os fãs de documentários e de moda. Estreia no próximo dia 13 de Maio, em Nova Iorque.
YVES SAINT LAURENT – GRANDE MESTRE DA ALTA COSTURA DO SÉCULO XX
Yves-Mathieu Saint Laurent nasceu a 1 de Agosto de 1936 em Oran, na Argélia. Em 1954, matriculou-se na Chambre Syndicale de la Couture, mas a sua vida de estudante durou apenas três meses. Começou a trabalhar com Christian Dior e quando este morreu, em 1957, foi nomeado director criativo da casa Dior, quando tinha apenas 21 anos. Em 1958, apresentou a sua primeira colecção para a Dior, “Trapézio”, que foi um êxito total, pondo fim a anos de ditadura da cintura de vespa. Em 1962 abriu a sua própria casa de Alta Costura, em parceria com Pierre Bergé.
Yves Saint Laurent marcou a história da Moda com criações emblemáticas como a linha trapézio, os modelos com desenhos geométricos, as botas de cano acima do joelho, o estilo safari, as transparências (lançadas em 1968), o casaco de couro, a blusa com laçada, o fato de duas peças. Mas a sua grande distintiva foi, sem dúvida, o "smoking" feminino, apresentado pela primeira vez em 1966, com uma blusa transparente e calças masculinas. A liberdade oferecida por Chanel ganhou mais força com este novo traje, que se tornou símbolo de uma nova atitude feminina. “Se Chanel liberou as mulheres, Saint Laurent deu-lhes o poder com roupas de homens”, afirmou Pierre Bergé. Depois disso, o smoking passou a integrar todas as colecções de Yves Saint Laurent.
No início, Yves Saint Laurent recorreu ao estilo sóbrio e ao negro, até que, numa viagem a Marraquexe, se deixou conquistar pelas cores que dominariam algumas das suas colecções, como Picasso (1979), Matisse (1981) e Van Gogh (1988). Em 1999, o grande mestre vendeu os direitos da sua marca ao grupo Gucci, cedendo os direitos da sua colecção Rive Gauche, perfumes, cosméticos e acessórios.
Depois de 40 anos de sucessos, incluindo 70 colecções de Alta Costura, Yves Saint Laurent disse adeus às passerelles em Janeiro de 2002, apresentando no Centro Georges Pompidou, em Paris, um desfile retrospectivo das suas criações.
Sobre o seu trabalho, Yves Saint Laurent afirmou outrora: "A roupa mais bonita para vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Para as que não tiveram essa felicidade, eu estou aqui."
Yves Saint Laurent morreu em Paris, a 1 de Junho de 2008.
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