Pensada e desenhada como uma grande instalação no piso 3 do MUDE, a exposição integra cerca de 200 peças que abrangem as diferentes expressões artísticas em que André Saraiva tem trabalhado, dando, assim, a conhecer a sua vasta obra.
A exposição será acompanhada por um catálogo profusamente ilustrado. André Saraiva pintará ainda sete pranchas de surf brancas, desenhadas e produzidas pelas empresas portuguesas Semente, Polen, Micasurfbo ards, X-Cult, Jobsite, SPOSurf, Ahua que integrarão o espólio do MUDE.
Também por ocasião da exposição, a centenária Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego vai oferecer à cidade de Lisboa um enorme mural de azulejos pintados à mão da autoria de André Saraiva. Com um comprimento total de 106 metros e 950 metros quadrados de área, o painel será colocado no muro do Jardim Boto Machado, junto à Feira da Ladra, Campo de Santa Clara. Além de se inserir na estratégia de promoção da arte pública e no programa de investigação, conservação e promoção do azulejo levados a cabo pela Câmara Municipal de Lisboa, esta obra - cuja colocação decorrerá entre setembro de 2014 e o início de 2015 - traduz um dos objetivos principais do MUDE, o de contribuir para a afirmação do design e da criatividade nacionais através do encontro entre designers e empresas.
ANDRÉ SARAIVA começou a trabalhar em graffiti em 1985 e nos anos noventa criou o “alter-ego” Mr.A, o famoso personagem de cabeça redonda, grande sorriso, olhos em forma de X e pernas lineares que se espalhou rapidamente pelas ruas de várias cidades europeias, habitando empenas de prédios, espaços devolutos, montras, fachadas e muros.
Desde então e sem perder a sua linguagem gráfica de origem, André Saraiva tem explorado outros territórios artísticos - instalação, pintura, serigrafia, curta-metragem, vídeo, etc - e colaborado com grandes marcas multinacionais, como Louis Vuitton, Levi’s, Moet & Chandon, Chloé, Chanel, Belvedere, Fendi, Cartier ou Givenchy, sendo considerado ‘um exemplo de como a linguagem marginal, irreverente e transgressora do graffiti foi sendo apropriada pelo sistema e pelas instituições’.
O resultado é um universo de objetos e produtos onde a sua linguagem irónica, descomprometida e sexual, por vezes subversiva, de cores vivas e contrastantes, faz a diferença. André Saraiva não abandonou, no entanto, as ruas, onde continua a deixar a sua marca através dos Love graffiti.
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