No início da década de 1930, Madame Grès (1903-1993) torna-se famosa pela criação de elegantes vestidos drapeados, assimétricos, de linhas puras e rigorosas, que assentam no corpo da mulher como a própria pele. Em março de 2011, dezoito anos após a sua morte, o Musée Bourdelle, em Paris, expõe oitenta dos mais emblemáticos vestidos da criadora, convidando os visitantes a admirar o cair perfeito dos drapeados que a distinguem ao longo dos seus 50 anos de carreira. Vestidos admiráveis que podem ser novamente contemplados no Mode Museum (MoMu), em Antuérpia, entre 12 de setembro de 2012 e 10 de fevereiro de 2013. A exposição, intitulada “Madame Grès . Sculptural Fashion” incluirá também fotografias de Man Ray, Richard Avedon, Guy Bourdin, Cecil Beaton ou Henry Clarke, assim como esboços e desenhos originais de Madame Grès.
O PERCURSO DE MADAME GRÈS
Nascida Germaine Emilie Krebs, em 1903, na Alemanha, cresce em Paris e inicia a sua carreira a trabalhar como escultora, mas não tem sucesso e na década de 1930 decide dedicar-se à moda, sob o nome de Alix. Em 1942, resolve mudar novamente de nome e abre uma casa de moda. A denominação que escolhe resulta da inversão do nome do pintor russo e então seu marido, Serge Czerefkov. E fica para sempre conhecida como Grès: Serg soletrado ao contrário.
Grès, tal como Coco Chanel, reescreve o código do vestuário feminino e liberta as mulheres dos opressivos espartilhos. Usa as suas habilidades de escultora para drapear, cortar e preguear os tecidos, criando vestidos que primam pela sofisticada sensualidade, que se torna a sua imagem de marca.
O seu estilo drapeado nasce após desenhar trajes helénicos para a peça de Jean Giradoux, La Guerre de Troie n’aura pas Lieu, em 1935. Grès apaixona-se imediatamente pelos vestidos de estilo grego e introduz esta estética nos seus trabalhos seguintes. “Busco a perfeição”, afirma então. “Para um vestido sobreviver de uma era para a seguinte, deve ser marcado por uma pureza extrema”.
Conhecida como a mais precisa criadora de Alta Costura de Paris, Grès resiste à pressão da indústria para fazer pronto-a-vestir, preferindo trabalhar diretamente com as suas clientes - as mais famosas celebridades internacionais da época - incluindo Edith Piaf, Greta Garbo, Vivien Leigh, Dolores del Rio, Marlene Dietrich, Jackie Kennedy e Grace Kelly.
Madame Grès morre em 1993, mas continua a ser um exemplar para sucessivas gerações de designers de moda. Ainda hoje, grandes nomes como Azzedine Alaïa, Alber Elbaz, Yohji Yamamoto, Jean Paul Gaultier e Haider Ackermann consideram o seu trabalho como uma inspiração.
terça-feira, 3 de julho de 2012
“MADAME GRÈS . SCULPTURAL FASHION” EM EXIBIÇÃO NO MOMU DE ANTUÉRPIA
Publicada por ASSOCIAÇÃO MODALISBOA
Área: Exposições, Moda
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