Gabrielle Coco Chanel abriu a sua primeira loja em Paris em 1913 e rapidamente fidelizou uma clientela fiel e desejosa por se libertar dos opressivos espartilhos. O seu prático sportswear, com várias peças em jersey, tornou-se um enorme sucesso e o seu famoso “little black dress” converteu-se num clássico do vestuário feminino do século XX.
Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou o seu atelier e exilou-se na Suíça, mas após o conflito percebeu que não podia ficar parada a assistir à ascensão de Christian Dior e decidiu regressar. O retorno de Chanel à capital francesa foi venerado por todos e acompanhado de perto por uma modelo brasileira que viria a ter um importante papel no trabalho da criadora. Vera Barreto Leite, conhecida na Europa como Vera Valdez, foi modelo fetiche de Chanel e presença muito forte na vida e nas criações da marca, tanto que por sua influência a cor vermelha foi incluída nas colecções da casa.
Vera mudou-se para a Europa aos 16 anos, partindo para Portugal e depois para Paris. Por intermédio de amigos, conseguiu participar num casting para um desfile de Elsa Schiaparelli, na sequência do qual se tornou a manequim inspiração da criadora. Depois foi para a casa Dior, onde conheceu Yves Saint Laurent, ainda um jovem assistente, e finalmente para a Chanel. A sua parceria com Gabrielle Chanel prolongou-se por vários anos, sempre marcada pelo temperamento forte de ambas, criadora e modelo.
Até ao próximo dia 13 de Setembro, uma exposição inédita mostra a trajectória desta modelo brasileira que foi testemunha dos anos áureos da Moda mundial. A mostra “Vera Valdez – O Sol da Maison Chanel”, com curadoria de Danniel Rangel, está patente ao público na Mansão Figner, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e exibe fotos inéditas do atelier de Coco Chanel, assim como um documentário de 15 minutos mostrando a viagem de regresso de Vera Valdez a Paris em 2009 e o seu reencontro com o mundo da moda.
Sem comentários:
Enviar um comentário