“Fotografar um bolo pode ser arte”, afirmou Irving Penn (1917-2009) quando abriu o seu estúdio em 1953. Em pouco tempo, o famoso fotógrafo americano validou a sua declaração com uma série de fotografias editoriais e ilustrações publicitárias. A sua criação durou sete décadas e estabeleceu um padrão singular de expressividade e elegância. Até 31 de dezembro, o Palazzo Grassi, em Veneza, presta homenagem a este artista notável, expondo uma seleção das suas mais deslumbrantes imagens.
Nesta primeira retrospetiva italiana do lendário fotógrafo americano estão em exibição 150 fotografias provenientes da coleção de François Pinault, muitas delas inéditas e nunca expostas. Fotografias de moda, retratos de celebridades, publicidade, mas também imagens onde o fotógrafo explora a humanidade - crianças da cidade peruana de Cusco – e a fragilidade das coisas sob a influência da passagem do tempo: flores e outras naturezas-mortas tão delicadas como esculturais.
IRVING PENN (1917-2009) foi um dos maiores fotógrafos do século XX, reconhecido pelo seu perfecionismo e total controlo técnico das suas fotografias, desde a pré-produção à impressão final. Revolucionou uma multiplicidade de géneros fotográficos, mas foi na fotografia de moda que imprimiu a sua marca mais profundamente. Em 1943, integrou a equipa da Vogue americana e mudou a forma de retratar moda. Contratado por Alexander Liberman para dar ideias para as capas da revista, raramente conseguiu que os fotógrafos executassem os seus projetos, pelo que decidiu fazer ele mesmo as fotografias. Pegou na máquina fotográfica e realizou, por conta própria, as suas ideias. Uma decisão feliz, já que a imagem que apresentou a Liberman foi a primeira das mais de cem capas da Vogue criadas a partir das suas fotografias.
O fotógrafo elevou muitas das imagens da Vogue ao nível de obras de arte e trabalhou com as mais poderosas editoras de moda americanas como Diana Vreeland e Anna Wintour. “Durante a minha carreira, não conheci ninguém que trabalhasse com o intenso nível de imaginação e economia de Irving Penn. As suas fotos eram tão intensas e eletrizantes no último ano da sua vida como em 1943, quando iniciou a sua carreira.”, afirmou Anna Wintour aquando da morte do fotógrafo.
A obra de Irving Penn tem um lugar único no mundo da fotografia.
FOTOS: © by Condé Nast Publications, Inc
1 - Capa da Vogue, Nova Iorque, 1950
2 - Crianças de Cusco, 1948
3 - Truman Capote, Nova Iorque, 1965
4 - Poppy: Showgirl, Londres, 1968
terça-feira, 20 de maio de 2014
RETROSPETIVA DE IRVING PENN NO PALAZZO GRASSI
Publicada por ASSOCIAÇÃO MODALISBOA
Área: Exposições, Fotografia
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