COLEÇÃO OUTONO/INVERNO 14/15
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Daily ModaLisboa - Ao longo dos anos, o que mais mudou na forma como os portugueses se relacionam com a moda?
Nuno Baltazar - Aos poucos começam a ser mais audazes e a procurar uma identidade própria. Mas ainda têm um longo caminho a percorrer. Gostava que fosse uma relação mais sedutora, de maior gozo e diversão.
- Na sua opinião, a Moda vê-se, sente-se ou vive-se?
As três dependendo do ponto de vista. No meu, enquanto designer, é impossível não me rever nas três. Vejo muito o trabalho dos meus colegas, observo as mulheres e a sua evolução, sinto o meu trabalho com muita intensidade e vivo dele…
- Quais são para si as fontes ilimitadas de inspiração?
Mulheres com personalidades fortes e histórias de vida marcantes. A poesia e o cinema.
- Existem lugares que potenciam a criação? Quais são os seus “refúgios”?
Sim. Locais onde posso escutar o silêncio e nele encontrar o que tenho para dizer… O Jardim de Serralves, o Museu Soares dos Reis, uma praia deserta, o mar… Ou por oposição uma cidade ou país com culturas muito diferentes das nossas. Em que as cores e cheiros são diferentes.
- Qual o maior sonho que gostaria de alcançar a nível profissional?
Conseguir fazer da Nuno Baltazar uma marca de sucesso e que o sucesso comercial fosse proporcional ao reconhecimento que tem. Gostava de expandir o universo da marca, de a internacionalizar e dar-lhe pernas para um dia poder caminhar sem mim.
- O que o inspirou nesta estação?
A presença e a importância do Mar na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen. O paralelismo que faço entre o comportamento do mar e o feminino. Em particular o poema Mar Sonoro:
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim. – Sophia de Mello Breyner Andresen . 1947
- Quais as suas propostas para o outono/inverno 14/15?
A silhueta é feminina, em X e H com especial destaque para o trabalho de godés e jabots que conferem tridimensionalidade aos looks que oscilam entre propostas confortáveis e easy wear por oposição a imagens poéticas e fantasiosas. Lãs, viscoses, jacquards, veludos texturizados e feltros exteriores coexistem com crepes de seda lisos ou estampados, organza e mud silk. A paleta divide-se em múltiplos azuis, meia-noite, céu e ultramarino, tons de cinza em chumbo, fumo, nuvem e preto. Nos contrastes surgem tons de barro e rosa poudre. Peles naturais, apontamentos metálicos em stilettos, botins rasos, clutchs e shopping bags complementam-se com as propostas eyewear em armações finas de espírito retro.
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