Pierre Cardin, um dos mais importantes criadores de moda do século XX, declarou numa entrevista publicada pelo Wall Street Journal estar pronto para vender o seu império por mil milhões de euros e impôs uma condição adicional: um posto fixo como director criativo da empresa. Depois de seis décadas à frente da sua firma, o criador de 88 anos revelou o desejo de que esta continue activa.
Pierre Cardin iniciou a sua carreira em 1924, a trabalhar para Jeanne Paquin e Elsa Schiaparelli. Em 1946 integrou a equipa criativa da casa Dior, participou na criação do “New Look” de 1947, e em 1949 abriu o seu próprio atelier de costura. Membro da Chambre Syndicale de la Haute Couture e da Maison del Haute Couture, foi no período pós-guerra que Cardin triunfou com os seus vestidos e saias de look futurista, peças que têm servido de inspiração a muitos jovens designers como Alexander Wang e Nicolas Ghesquière.
Em 1964, lançou a colecção “Cosmos”, promovendo a ideia de moda unissexo, com túnicas que podiam ser usadas por homens e mulheres. A partir daí, a sua marca cresceu consideravelmente. Pierre Cardin foi o primeiro a demonstrar que a moda pode ser tanto um processo criativo como um negócio e que um homem pode sobressair como empresário e como artista. Foi pioneiro a diversificar a sua empresa e a investir o seu dinheiro em algo mais que a moda. Em 1970, comprou o antigo Thèâtre do Ambassadeurs e transformou-o numa sala de espectáculos, o Espace Cardin. Em 1978 assinou contratos de fabrico com a URSS, sendo o único do mundo da moda a abrir uma fábrica num país comunista. Cinco anos depois abriu o primeiro restaurante ocidental na China: Maxim's. O seu império estendeu-se a mais de cem países. De panelas a perfumes e produtos de moda, o seu nome está actualmente escrito em cerca de 700 produtos diferentes.
Depois de uma década sem desfilar, Pierre Cardin regressou à Paris Fashion Week em Setembro de 2010, com uma colecção de pronto-a-vestir, sem grande êxito. O designer anunciou que no início de Junho irá apresentar as suas colecções em Moscovo, encontrando-se aberto a negociações com os possíveis compradores do seu império.
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