"One after another, a few silent steps" é o título da retrospectiva de 35 anos de carreira de Pedro Cabrita Reis (Lisboa, 1956), que inaugurou ontem no Museu Berardo, em Lisboa, e onde fica patente até 2 de Outubro de 2011.
O célebre artista plástico português mostra nesta exposição aquilo que considera mais importante na vida: "Estar em permanente trânsito". Uma máxima que se traduz na forma como trabalha e pensa o mundo.
Com cerca de 300 obras desde a década de 1980 até à actualidade, e alguns objectos inéditos, "One after another, a few silent steps" está em itinerância pela Europa desde 2009, tendo já passado pela Kunsthalle de Hamburgo, na Alemanha, pelo museu Carré d'Art de Nîmes, em França, e pelo museu M de Lovaina, na Bélgica. A mostra termina agora a sua viagem na capital portuguesa, cidade onde Pedro Cabrita Reis nasceu, em 1956, e onde reside e trabalha.
A exposição de Lisboa apresenta um conjunto mais alargado de obras representativas do universo ímpar de esculturas, pinturas, fotografias e desenhos que caracterizam o trabalho do artista. No total, estão em exibição trezentas peças, assim como uma série de documentos pessoais inéditos que acompanham o percurso expositivo.
Pedro Cabrita Reis estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e iniciou a sua carreira no mundo da arte em meados de 1980. A obra pictórica que produziu nessa década caracteriza-se pela representação de objectos do quotidiano, reorganizados em ambientes ambíguos.
“Tudo aquilo que é deixado para trás pode ser para um artista a matéria de qualquer coisa que vai para a frente e isso é uma riqueza a que não podemos virar as costas. Eu trabalho com isso”, afirmou Pedro Cabrita Reis.
O artista colecciona peças que encontra no lixo ou na rua e que constituem um vocabulário muito importante para o seu trabalho, “porque as coisas que se encontram e que são deitadas fora são coisas que têm uma vida intrínseca”.
À diversidade de formas apresentadas a partir de materiais como o chumbo, o vidro, o espelho, os objectos reutilizados, o ferro e a madeira, o artista acrescenta jogos de luz e brilho.
Na segunda metade da década de 1980, Pedro Cabrita Reis diversificou as suas modalidades de expressão, passando da pintura à escultura e à instalação. Em 2000, foi distinguido com o prémio de Artes Plásticas atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Arte.
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